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O deslumbrante Atacama

Localizado no norte do Chile e com 200 quilômetros de extensão, o Deserto do Atacama é considerado o mais árido e de maior altitude deserto do mundo, localizado a 2.440 metros. Entretanto, sua paisagem está longe de ser “só areia”: gêiseres, lagunas, flamingos, águas termais, um céu estrelado deslumbrante e formações rochosas que parecem saídas da lua – ou de Marte – são alguns dos elementos que podem ser vistos nesse variado e belíssimo local. E não é só de paisagens que o Atacama é rico: a hospitalidade local e o clima tranquilo e silencioso são verdadeiros encantos para quem o visita! A extensa área desértica é destino para viajantes que querem desfrutar de experiências únicas e contar com alta qualidade de serviços e hotéis.

Devido à baixa precipitação anual (em torno de 35mm), esse é um dos poucos destinos que se pode visitar o ano todo. É o clima mais seco do mundo, com chuvas ocasionais entre janeiro e março (o inverno do altiplano), mas que não chegam a atrapalhar os visitantes. Como todo deserto, as temperaturas oscilam bastante diariamente (entre 0°C e 25°C), ficando quente durante o dia e bem frio à noite.

A base para os passeios no Atacama é o pequeno povoado de San Pedro de Atacama, que ainda guarda os costumes dos povos anteriores ao domínio Inca na região. A cidade preserva seu ritmo tranquilo todo o tempo, e só tem a calma quebrada durante os festivais tradicionais, como o desfile de Santa Rosa, em agosto, ou pelas músicas folclóricas tocadas na principal via de circulação, a Caracoles.

Lagunas Altiplânicas

Lagunas Altiplânicas

As Lagunas Altiplânicas, localizadas a mais de 4.000 metros de altitude, oferecem paisagens exuberantes: o azul intenso de suas águas calmas contrasta com as formações vulcânicas e morros que as cercam, deixando os visitantes de queixo caído.

Já o Vale da Lua, localizada na Cordilheira do Sal, a 17km de San Pedro, impressiona com as formações de sal, dunas de areia e rochas esculpidas pelo vento e água numa região que já foi o fundo do mar. Aqui são feitos diversos estudos, pela Nasa, de uma bactéria que sobrevive a este inóspito ambiente, portanto há várias áreas com restrição de acesso.

Outro passeio interessante é acordar cedo e ir aos Gêiseres do Tatio, que tem maior atividade nos primeiros minutos da manhã. É indicado ir bem agasalhado para suportar as temperaturas baixas antes do sol nascer, e preste bastante atenção às áreas de segurança demarcadas para não se machucar. Pode preparar a roupa de banho, também, já que há piscinas termais naturais na área, com temperatura por volta dos 33°C.

Mais uma oportunidade para usar a roupa de banho: nadar na Laguna Cejar, que fica a 45km de San Pedro de Atacama. Suas águas com alta salinidade é como o Mar Morto, e você pode relaxar e flutuar facilmente. É indicado entrar com algum calçado, para proteger os pés dos sais cristalizados nas bordas da lagoa que podem machucar.

No Salar do Atacama, a cerca de 2.300m de altitude, está o Parque Nacional dos Flamingos, onde se podem observar diversas espécies dessas aves de penas rosadas em lagunas, como a Laguna de Chaxa. Aqui, há grandes áreas cobertas de crostas de sal, que se formam a partir da acumulação de cristais produzidos no processo de evaporação de águas subterrâneas.

Para quem quer conhecer um pouco mais sobre a história dos atacamenhos, visite o Museu Arqueológico Gustavo Le Paige, no centro de San Pedro de Atacama. Fundado em 1957 pelo jesuíta belga Le Paige, que fez os primeiros estudos arqueológicos da região, o museu hoje é dirigido pela Universidade Católica do Norte. Aqui se encontram cerâmicas, tecidos e outros artefatos bem preservados, mas as famosas múmias encontradas foram transferidas para Salta, na Argentina, por conta de protestos da população local, incomodada com a profanação de seus antepassados.

A 3km da cidade, pode-se visitar e andar pelas ruínas de uma fortaleza pré-colombiana, usada pelo povo atacamenho para se defender de possíveis invasões: o Pukará de Quitor. Lá há um pequeno museu e painéis que explicam a história das ruínas, e a vista de seus mirantes é maravilhosa.


Há também outros povoados próximos que podem ser visitados por aqueles que buscam conhecer mais os costumes e o povo da região, como o tranquilo Toconao, a 38km de San Pedro e que possui interessantes diferenças arquitetônicas em relação ao seu vizinho. A igreja de San Lucas, com as imagens de uma lhama e de um burrinho cravadas na entrada, é um belo retrato das culturas que povoaram a região. A 3.300m de altitude, o vilarejo de Caspana é caracteristicamente agricultor. A irrigação que corre pela região, provinda do rio Caspana, faz do lugar um oásis verde com plantações em diversos níveis. Outra característica do povoado é a religiosidade que mescla a cultura atacamenha e a católica. Infelizmente, ainda há pouca estrutura para receber os turistas, não havendo hotéis nem restaurantes no local.

A pouco mais de 30km de Calama, o vilarejo de San Francisco de Chiu Chiu já foi um importante centro de comércio entre a costa e as regiões mais altas do Atacama. É aqui que se encontra a mais antiga e ainda conservada igreja do Chile, a Igreja de San Francisco, feita de adobe e madeira de cacto, com um pequeno cemitério em seu terreno.
Pertinho de Chiu Chiu fica um outro vilarejo, Lasana, com pedras com inscrições rupestres já em sua entrada. Aqui há, também, uma fortaleza, a Pukará de Lasana, que ainda hoje tem parte de sua estrutura de pé. Em 1982, o local foi declarado Monumento Nacional.


Não bastasse todos esses lugares incríveis, Atacama ainda é considerado um dos melhores pontos para observação do céu do mundo! Isso graças às condições favoráveis do clima (com baixa umidade), da altitude e da pouca luminosidade artificial. Nos últimos anos o Chile tem crescido e se destacado na área da astronomia, e é no Atacama que o ALMA (www.almaobservatory.org) instalou seu projeto de observação astronômica em parceria com países da Europa, América do Norte e Ásia. Sendo considerado o maior projeto astronômico da história dessa ciência, ele conta com um telescópio de 66 antenas, de altíssima precisão, localizado a 5.000 metros do nível do mar.

Para os interessados em chegar mais perto das estrelas, há alguns passeios astronômicos específicos, com acesso a telescópios excelentes e profissionais muito didáticos e entendidos. Cada mês do ano significa uma experiência diferente para os observadores: em alguns, não é possível ver planetas, mas é possível ver galáxias. Quando há lua no céu, não é possível ver as galáxias, e a Via Láctea é mais impactante durante o inverno.

Categoria: Novidades

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